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Mirante dos Golfinhos: Meu ponto de retorno de volta à casa.

Esse vai ser o review da minha volta preferida até hoje quando estou de férias em Natal. Saio do Conjunto dos Professores até o Mirante dos Golfinhos em Tabatinga, tomo uma água de côco e volto. 60 quilômetros ao todo. Como essa é uma volta feita por um monte de gente, vou escrever pouco prá não ficar chovendo no molhado. Fiz essa volta três vezes enquanto estive em por lá. Todas pela manhã, saindo de casa por volta das 8 horas. Peguei chuva, temperatura amena e também calor de 42 graus. Além disso há uma pequena diferença no trajeto que explico depois.Saindo do Conjunto dos Professores, sigo pela Roberto Freire até a Rota do Sol. No início da RdS tem sempre uns ciclistas se preparando para sair num daqueles postos de combustível. Mas infelizmente eu nunca consegui emparelhar com ninguém prá conversar. Então, eu na verdade nunca conversei com outros ciclistas de Natal, o que é estranho prá mim. Mas isso é outra história para outro dia.

A RdS é aquilo de sempre. Basicamente plana com algumas subidinhas de 2 ou 3%. A única coisa que vale a pena comentar é que naqueles mais ou menos 10 quilômetros até a ladeira de cotovelo, perto do Barramares (que acho que tem o pessoal está chamando de Ladeira do Viagra) a temperatura sobe uns 3 graus se comparado com a Roberto Freire. E não sei se é devido a época do ano (sempre Janeiro), mas eu sempre acho com muito menos vento. Meio sufocante.

Prá dizer a verdade, eu não gosto desse trecho porque é meio monótono. É bom prá aquecer e tentar manter uma velocidade constante. A coisa começa a ficar interessante em Cotovelo. A Ladeira do Viagra, o primeiro desafio do dia, tem por volta de 700 metros e começa bem suave. Ela parece menor que a de Tabatinga mas isso é devido ao fato do ciclista já entrar nela embalado pela ladeira anterior e também porque a ladeira não termina quando você passa pelo “portal”. Ela continua ainda por um par de metros. Vale salientar que eu registro as ladeiras do ponto zero de inclinação ao ponto zero de novo.

Ela começa suave, subindo bem gradualmente de 3 a 8% de inclinação nos primeiros 100 metros. O meio dela é bem regular, entre 11 e 13% nos seguintes 320 metros. Por volta dos 360 metros é quando se passa em baixo do pequeno arco de metal e a parte difícil da subida termina. Daí é só seguir entre 4 e 2% até ficar plano de novo. Na verdade, quase ninguém pensa nisso como parte da ladeira. Mas para um corredor de speed qualquer graduação no terreno ainda é parte da subida e significa uma queda de velocidade e de resultado final. Imagine que as corridas de montanha do Tour, Giro ou Vuelta sempre terminam no topo, na inclinação zero. Daí é relaxar um pouquinho. Mas não muito porque vamos começar a parte que realmente é legal nesse trecho. Entre Pirangi e Pirambúzios temos a maior concentração de subidas de toda a volta. É uma subida depois da outra, algumas apontando 15 a 20% de inclinação por um pequeno espaço. Pouquíssimos na verdade. E a brincadeira para mim é tentar atravessar todas elas o mais rápido possível. Em Pirangi, temos uma opção no trajeto, que se apresenta em frente ao Cajueiro. Seguir adiante pela estrada principal, com várias subidas e descidas, ou pegar o desvio e enfrentar uma subida mais íngreme.

Fiz as duas formas. Bem em frente ao cajueiro, onde a rua só passa um carro de cada vez, há uma entrada à direita. Nessa, você vai pegar o desvio (que é obrigatório para os carros durante o fim de semana, se não me engano). Aí você entra de cara numa ladeira bem íngreme, apesar de curta. São só 270 metros, mas ela chega a 24% de inclinação, com bons trechos de 18 e 20% no percurso. Gosto de encarar ela para colocar mais um desafio no caminho. Pirambúzios é outra área cheia de subidas e descidas. Algumas bem puxadas, como uma ladeira que chega aos 25% mas é bem curtinha, no máximo uns 50 metros. Meu pai chamava essa de ladeira do corno, porque tinha um quebra-mola no início e fim. Depois dessa há ainda as duas ladeiras perto da Apurn, mas colocaram aqueles tijolinhos amarelos e você tem que baixar a velocidade, o que é um saco. Búzios é totalmente plana e curta, uns 6 quilômetros. É um bom lugar para comer alguma coisa, beber, relaxar e ver o mar antes de enfrentar o objetivo do dia: A ladeira de Tabatinga. O único ponto a ter atenção é com as diversas ruas vindo da sua direita, por causa dos carros. Nunca tive problemas, mas a gente sabe que basta uma vez.

A ladeira de Tabatinga é para mim o teste no começo do ano para saber qual o meu nível de “fitness” antes de realmente começar o treinamento em direção à Etape du Tour. A Etape é a corrida para qual eu treino durante todo o ano e acontece sempre em Julho na França. Então, saber qual a máxima potência e ritmo cardíaco em janeiro em condições bastante similares à da Etape (em relação a temperatura) é sempre uma boa forma de comparação para a evolução dos treinos. Dessa vez posso dizer que não consegui subir totalmente no primeiro dia (acho que ainda era resultado da gripe que tinha pegado logo ao chegar em Natal). Mas na segunda e terceira vezes, subi muito rapidamente com uma média de 10km/h. O que me deixou muito feliz. Acho que a média do ano passado foi de 7 km/h. E consegui atingir o meu máximo ritmo cardíaco sem me sentir mal.




A ladeira começa entre 3 e 7% de inclinação, mas um pouco depois de você fazer a curva suave à esquerda, a coisa aperta bem rapidinho. Como li no blog Rapadura Biker (http://www.rapadurabiker.blogspot.com), é sempre bom dar uma olhada se não vem ônibus ou caminhão para subir a ladeira. Não há acostamento e espaço prá ciclista. Eu sempre vi a ladeira em três fases e meu computador confirmou isso. A primeira, facinha. A segunda dá uma apertada até 22% mas o asfalto ainda está bem, mas você já consegue ver a pior parte. Dá prá reconhecer a parte mais íngreme, porque está cheia de cimento no asfalto. Quando você chega por volta de 60% da ladeira, ela dá uma guinada prá cima. O gradiente pula de 15% para 24% bem rapidinho e daí para o máximo de 33%. O que acontece por um espaço MUITO PEQUENO de terreno. Acho que não é nem por 10 metros. Mas você sente nos músculos. Posso dizer agora que é a ladeira mais íngreme de todas que enfrentei em Natal, incluindo Ladeira do Sol e Ladeira das Virgens na Ribeira. O total é de 580 metros que sempre deixam uma sensação de triunfo quando conquistados. E usando bicicleta com disco de 48 na frente e catraca de 25 atrás, é uma conquista arrancada a suor e dor a cada vez que é encarada.


Depois é seguir até o Mirante dos Golfinhos, sentar na sombra e relaxar por uns minutos antes de voltar. Tentar ver um golfinho ou dois bebendo uma água de côco, comer alguma coisa e seguir de volta. Sempre aproveito para encher a garrafinha com água de côco também. Para mim não há melhor líquido energético: glicose, sais minerais e tudo natural. A diferença no trajeto de retorno são as duas subidas graduais, uma em Pirangi e outra em Pium, que são de 1.5 quilômetros a 4%. O resto é até mais fácil, com boas descidas e vontade de voltar prá casa. A parte que eu acho divertida é sempre entre o Praia Shopping e Cidade Jardim, onde consigo meter uns 45km/h constante e deixar a galera olhando meio confusa eheheh.

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